sábado, 16 de abril de 2016

Ao mestre com carinho.

Gozado é viajar pra dentro da gente, desenterrar lembranças , coisas, abrir o sótão das memorias escondidas e trazer pra fora, faz uma bagunça, mas dessa bagunça que vem a organização, pedi ajuda à uma grande pessoa , Fiódor Dostoiévski, ele me ajudou carregando algumas caixas, quebrando alguns copos, me ajudou a lidar com tanta amargura, me ajudou a escrever sobre alguns relacionamentos antigos, com palavras sábias me fez voltar a mim. Dostoiévski também me tirou de uma fase ruim que eu não conseguia terminar nenhum livro, dormi umas 10 horas nos últimos 5 dias, entre vendo filmes, tendo devaneios, escritas, algumas bem obscuras, e leitura, procurei ajuda com aquele que nunca me faltou.
Um homem cético, pai do romance existencialista, filosofo russo, amargo, e via mais beleza na vida que muitos românticos, existe beleza na dor e nem ouso discordar disso, usei da dor pra fazer uma bela faxina e organizar as ideias, usei da dor pra desabafar de muita coisa que estava guardada a mais tempo que eu mesmo imaginava. Me sinto livre, ouvi palavras duras nesses dias, ouvi palavras doces e essas palavras me ajudaram muito e abrir os arquivos que eu não queria, quando se está no fundo do poço não se tem o que fazer não ser relaxar esperar a maré subir e boiar, estava desesperado tentando ou cavar mais ou escalar, burrice, logo eu, que sempre me julguei sábio agindo feito um tolo, me conformei, estou sentado, esperando a maré vir. Em determinado momento, Dostoiévski fala que não existem assuntos tão velhos que não se possam tirar coisas novas sobre eles, fiz essa lição, usei das minhas antigas marcar desabafei sobre as quais eu precisava, trazendo assim paz as novas marcas, uma paz merecida.
Por fim e não menos importante, ele também fala que a maior felicidade é quando sabemos porque somos infelizes, e disso eu tinha me esquecido, foi ai que eu me perdi por completo, confundi os motivos, confundi as pessoas e fiz tudo errado, mas quando se resolve viajar pra dentro, nunca se volta de mãos vazias, por hora é esperar a maré encher pras coisas voltarem a ser o que nunca deveriam ter deixado de ser.
Boa noite.

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