segunda-feira, 28 de maio de 2018

Coerência

Eu sempre acreditei muito na história de dar um passo para trás para poder dar dois para frente, mas talvez eu tenha dado alguns passos para trás , e esquecido de dar o para frente, me vejo fechado e escondido em uma bolha com medo de magoar mais pessoas, perdido nos próprios delírios e confusões.
Todo progresso de melhora que senti que eu tinha dado percebo que foi perdido e me encontro pior que no ponto de partida, preferi ficar calado por estar confuso demais até mesmo para desabafar, ainda me encontro confuso, ainda me encontro perdido, ainda não me encontro em lugar nenhum.
Cada dia fica mais e mais dificil me reconhecer na frente do espelho, me sinto totalmente estranho a mim mesmo, sentimentos bons sentimentos ruins se misturam e ficam indistinguíveis. Afinal de contas o que me tornei?
Procuro refujo na música ou em jogos  , mas nada me acalenta, perdido e sozinho, por culpa minha talvez, é difícil enxergar os acertos no meio da neblina com os erros todos tão evidentes em minha face.
Não é a raiva que me alimenta mas sim a dor e a angústia de não entender, essa maldita carência que não me deixa pensar direito, essa angustia e anseio de querer tentar fazer algo mas nao saber o que, não saber como e nem por onde começar.
Desculpas nunca resolvem nada, ainda mais quando eu mesmo não acredito nelas, na ansia de querer ajudar talvez tenha sempre colocado os carros na frente dos bois, estou longe de ser uma pessoa boa, mas nunca quis ser uma pessoa ruim, mesmo me sentindo uma pessoa terrível cada dia que passa.
Falando em cada dia que passa, tenho comido meu próprio coração para manter amizades queridas por perto, e vomitei ele quando perdi amizades ainda mais queridas.
Quase 31 anos, e são quase 31 anos fazendo tudo errado sempre, mesmo que tentando acertar pontaria nunca foi meu forte.
Um pouco de carinho não me faria mal, aquela sensação de estar sendo bem vigiado sabe, dormir abraçado, acordar com risadas doces pela manhã naquela discussão boa de quem vai buscar café.
Por fim virei um adulto solitário e sozinho, amargo e azedo, com uma falsa alegria só para manter as falsas aparências, o que antes eu não chorava hoje choro toda noite na tentativa de me livrar do quer que seja isso.
Ainda espero andar por bosques bonitos de mãos dadas com alguém , nem que seja minha própria sombra, mas minha busca por paz que acho que nunca terá fim, até acabar.