domingo, 19 de julho de 2009

A boca banguela do inferno

Já não dormia direito havia um bom tempo, ficar bêbado era a rotina que mais me agradava. Na escuridão do meu quarto eu pensava em muitas coisas, muitas delas não faziam sentido nenhum, outras não tinha nem o porque de eu estar pensando, enfim, apenas bobagens.
O telefone tocou, estava longe, não queria me levantar pra atender, ele parou de tocar. Devia ser perto de 4 da manhã, precisava de um trago.
Levantei, vesti minhas calças, e fui até um bar próximo que sempre ficava aberto.
Comprei 2 garrafas de um vinho barato, voltei pra casa, liguei o rádio, estava tocando aquelas músicas que falam de amores impossíveis que sempre dão certo, algo muito longe da minha realidade. Nunca fui uma pessoa com sorte no amor, não sei ao certo, mais nunca atraí muito atenção das garotas, mais me virava como podia.
Abri a primeira garrafa de vinho, me servi num copo, desses de requeijão, e fiquei prestando atenção naquelas letras, onde todos conseguem seu verdadeiro amor. Não demorou muito e me pus a pensar, como seria amar alguém de fato, pessoalmente nunca acreditei muito nessa balela de amor, pra mim nada mais é que algo egoísta, a simples necessidade de ter alguém como posse, uma droga barata, estar viciado em alguém. Sempre achará isso uma babaquice sem tamanhos, acho que ai encontro a resposta de nunca ter atraído muito a atenção feminina, sempre fui do tipo mais realista do que emotivo.
Mulheres devem gostar de caras que acreditam em amor eterno, mesmo que esse amor eterno dure apenas o tempo de uma foda mal dada, falar eu te amo faz mais mágica do que dizer "abre as pernas pra mim, por favor?!", é... sem duvidas deveria ter sido mais hipócrita e menos ético com sentimentos meus para com outras pessoas.
Quando terminei a primeira garrafa de vinho, o efeito dela começou a se misturar com o efeito da ressaca que eu já estava sentindo e com o resto de álcool que ainda estava no meu corpo, quando dei por mim já estava fudidamente bêbado, o telefone tocou de novo dessa vez eu atendi:
-Alo?!
- Quem fala?
-Porra, você quem ligou, deveria saber!
-Acho que é engano
-Pro inferno - desliguei.
Deitei em minha cama, virei pro lado e durmi.

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