terça-feira, 19 de setembro de 2017

quem se importa?

Eu queria gritar tanto, tão alto que minha cabeça iria explodir.
Eu queria não sentir nada disso que eu sinto.
Eu não queria tanto morrer.
Eu queria conseguir sentir o amor que as pessoas sentem por mim invés de só me sentir um peso sempre.
Eu queria poder estar bem.
Eu queria tantas coisas.
Eu não entendo meus sentimentos, eu não entendo meus pensamentos, eu não entendo essa culpa que eu sinto, eu não entendo o porque ainda estou vivo e não entendo o porque de não conseguir acabar com tudo logo.
Eu não entendo a guerra que é todo dia para eu conseguir sair da cama, eu não entendo porque tudo dói tanto, minha cabeça, minha alma e meu corpo.
Eu não entendo a discussão interna que tenho todos os dias comigo mesmo me culpando por tudo que acontece de ruim comigo e na minha volta e entendo menos ainda como eu sempre perco essa discussão pra mim mesmo.
Eu não entendo minha falta de vontade de viver, eu não entendo nada.
Queria tanto poder falar com as pessoas mas o medo de me tornar um peso maior ainda não deixa.
Queria tanto que alguém me olhasse nos olhos e simplesmente me abraçasse.
Queria tanto que me falassem "eu entendo sua dor" e não me exigissem nada além disso.
Queria tanto eu poder entender a minha dor.
Queria tanto que as pessoas não esperassem mais nada de mim e se eu morresse apenas falassem "ele precisava disso, ele não aguentava mais.
Eu queria tantas coisas.
Queria ser mais afetuoso com minha familia, com meus amigos.
Queria ter mais paciência e não ser esse monstro que me tornei.
Queria me olhar no espelho e não pensar mais "quem sou eu? e no que eu me tornei?"
Queria suportar a minha existência.
Queria passar uma noite sem chorar porque não sei mais como fazer as coisas, como viver.
Eu queria não me sentir mais tão sozinho, mesmo sabendo que não estou.
Eu queria ter o controle de novo, dos meus pensamentos, das minhas palavras ,da minha vontade, eu queria saber lidar com tudo isso.
Se eu mesmo não me aguento como posso querer que alguém o faça?
E nos final das contas, quem se importa mesmo?

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