quinta-feira, 22 de maio de 2025

Simples Assim

Muitas vezes, as coisas não dão certo — e tá beleza, faz parte. A gente aceita e bola pra frente.

Mas, em outras vezes, aquilo que não deu certo atinge com mais força.  E, além da frustração, vem junto uma tristeza tão forte e intensa que dói. Não falo de uma crise de depressão, e sim daquela tristeza profunda que surge quando algo que você queria tanto — e tinha tanta certeza de que daria certo — simplesmente não acontece. É como se tivessem arrancado esse sonho de dentro da gente.

A fala pode parecer um pouco exagerada, talvez até dramática demais, mas foi exatamente assim que me senti quando alguns planos não deram certo nesses últimos dias. Não consegui chorar, e até demorei pra entender que eu tinha ficado tão triste e abalado com isso.

Vivo, já há muito tempo, sem um propósito claro, sem uma paixão motivadora ou algo nesse sentido — e isso não me incomoda. Aceito que todos os dias são únicos, mas também não posso deixar de pensar que, no geral, todos os dias são... chatos. Estava lendo sobre amor-próprio e como despertar amor pelo que se faz — mesmo odiando o que se eu faço. Refleti muito sobre isso, e percebi que, mesmo quando eu fazia algo que amava profundamente, não sentia amor ao fazer aquilo.

Meu apego a existir é muito limitado. Não falo isso no sentido de querer morrer, mas no sentido de: o que me motiva a continuar vivo? As pessoas que amo, talvez? A próxima viagem de moto? O próximo encontro? Não sei responder. Pela primeira vez em muito tempo, queria encontrar esse tesão por estar vivo, esse propósito, essa ânsia de existir, esse brilho na vida. Queria saber qual é a minha motivação — e não consigo pensar em nada.

Pensei em tentar reatar antigos laços, mas ainda tenho aquele medo de estar incomodando. Queria procurar algo mais, mas, quando penso demais, já não sinto mais tanta adrenalina.
Talvez eu devesse procurar novamente, na escrita, o propósito que perdi — procurar, nos meus pensamentos, algo que estou deixando passar.

Pela primeira vez em muitos anos, me sinto vivo — mesmo sentindo que não estou vivendo. Trouxe monotonia até para minha última aventura. Estava tão cego, sem perceber, que não enxerguei o que deveria ver. Um daqueles momentos raros em que a vida sorri... e eu não sorri de volta, pois preferi desviar o olhar. Isso também me deixou triste.

E, em meio a tudo que pensava e escrevia, só conseguia lembrar do Lenine dizendo:

"E a vida continua surpreendentemente bela
Mesmo quando nada nos sorri
E a gente ainda insiste em ter alguma confiança
Num futuro que ainda está por vir."

Esse texto não teve objetivo, não teve meio nem fim — apenas vários começos. E espero que alguns recomeços também. E, por que não? Alguns meios.
Espero que seja um novo marco. Ou apenas um parêntese que, já amanhã, vou esquecer que abri. E assim ele ficará, como tantos outros: aberto, sem terminar.

sábado, 19 de outubro de 2024

Something Special

  Quando eu comecei a ter crises de insônia, eu escrevia em meus textos: "talvez a madrugada seja para pensar e não dormir". Era uma forma de me consolar por não conseguir dormir, um pensamento para tentar não me sentir culpado por precisar dormir e não conseguir. Sei lá quantos anos isso já faz, 10, 15, 20 anos, e eu ainda me sinto culpado sempre que não consigo dormir. "Poderia ter mexido menos no celular", "não deveria ter tomado aquele refrigerante", "era para ter voltado a malhar hoje".

 Eu larguei a academia com a desculpa da grana, mas a verdade é que perdi a vontade. Ultimamente, a única coisa que eu quero é andar de moto, e olhe lá. Voltei a me sentir triste o tempo todo, com aquela sensação de querer ser amado, mas achando que isso não vai acontecer. Já não sei mais até que ponto eu me fecho totalmente a isso ou se simplesmente acaba não acontecendo. Sinto que eu poderia me esforçar mais, mas a que custo? Quanto da minha saúde mental e da minha paz eu tenho que sacrificar para receber afeto?

 Novamente me sinto cansado de tudo. Existir está voltando a ser um fardo, um fardo pesado demais. Revisito na minha cabeça algumas histórias, penso se deveria mandar uma mensagem e logo desisto. Não quero incomodar, e quando arrisco, parece sempre ser uma perda de tempo. Queria poder estar de mãos dadas com alguém e me sentir orgulhoso de estar com aquela pessoa, e vice-versa. Talvez, no final do dia, eu só acabe me punindo por achar que não mereço ser amado e, de forma involuntária, afaste qualquer chance disso acontecer.

 Não sei o que fazer para mudar. Prometo tentar, mas não posso prometer que vou conseguir, essa é uma promessa impossível de fazer. Mesmo depois do acidente, não consegui sentir aquela sensação de "uau, estou vivo e tenho que viver". Na verdade, o acidente só me deixou mais triste, mais cansado e com dores. "Vai passar", me disseram, só que já me disseram isso muitas vezes, e ainda não passou.

domingo, 18 de agosto de 2024

A Quem Precisar de Mim

 Aqui está o texto com a correção ortográfica:


Eu queria ter o poder ou a força de transformar uma decepção em potência, de fazer uma mudança, uma revolução interna. A falta de autoestima não me permite; quando sofro uma decepção, eu só fico triste e apático, não consigo reagir, só quero desistir de tudo e ficar abandonado.

Um certo vitimismo interno talvez seja o que acontece, mas simplesmente não consigo reagir. Hoje tive uma decepção comigo mesmo, perdi uma boa oportunidade que poderia mudar minha vida. Fiquei apequenado, sentindo uma infinita vontade de só deitar e deixar a vida passar. No caminho para casa, passei por algumas vitrines espelhadas e vi meu corpo de forma deformada. Mas eu também abandonei a academia e, em vez de ter forças para voltar e me esforçar para ter a mudança que quero, eu simplesmente não consigo.

Eu comecei um novo trabalho que está fritando meu cérebro. Mesmo sabendo que preciso dessa grana por enquanto, só penso em desistir. Tudo, eu penso em desistir, pois no fundo sinto que vai ser sempre só isso: coisas pequenas, pequenos empreguinhos, pequenas mediocridades, e os grandes sonhos ficam cada vez mais distantes, menos palpáveis.

Até da moto que eu queria, já desisti. Tenho uma percepção de mundo que parece que não mereço coisas melhores e me saboto. Culpo o TDAH, culpo a depressão, culpo a ansiedade, culpo o mundo, mas sei que a culpa é só minha e da minha falta de força para reagir, da minha falta de acreditar que mereço mais e que posso mais. Parece que me aceitei nesse lugar pequeno, escuro e úmido.

Não consigo mais prometer minha melhor versão, não consigo mais prometer nenhuma versão. Eu só me sinto triste e ferido.

domingo, 14 de julho de 2024

sem titulo

Eu só queria dar um tiro na cara.

terça-feira, 11 de junho de 2024

Um Sonho

Eu dificilmente costumo me lembrar do que sonhei, mas dessa vez foi diferente; foi tão nítido que parecia uma memória de algo que não aconteceu.

Era de tarde, chegava uma mensagem em meu celular, e era você perguntando se podia me ver. O abraço quando nos encontramos foi tão real que acordei assustado, olhando meu celular correndo, e bom, foi só um sonho. E isso foi tudo o que aconteceu: apenas um abraço, e foi o suficiente para eu querer saber como você está. Na verdade, eu sempre penso, torcendo para que você esteja bem, que esteja se alimentando direito, tomando sol e fazendo exercícios. Me pergunto, em muitas situações, se um dia vou conseguir gostar, amar de novo, se terei oportunidade para isso. Me sinto apático, triste e apático; tristeza sem causa às vezes machuca mais do que quando se tem motivo, a dor no peito que, apertado, quer chorar e não consegue, pois simplesmente não tem motivos para isso. Esse desabafo poderia ter dois títulos; poderia ser "Cicatriz" também, ambas músicas do mesmo álbum do Nação Zumbi, mas preferi o título "Música", acho o significado dela mais completo, mais bonito. Só mais um lamento estúpido para se ter de madrugada.

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Eu só queria dizer que...

 Um bom dia ou um mau dia, a diferença já se faz tão grande assim, a maioria dos dias nada acontece, é a rotina de trabalhar, dormir, academia, trabalhar, dormir, academia. Já não sei mais quando é segunda ou quando é quinta. Vivi por muito tempo com muita intensidade, muitas coisas em muito pouco tempo e isso fez eu não estar mais acostumado com a vida de rotina.
 Olho minha casa, olho meus móveis e penso o quanto sonhei com isso, agora eu tenho e fico pensando "certo, e o próximo passo?", eu não sei o próximo passo.
 Eu de forma efetiva já não procuro mais por amor ou afeto, tenho me sentido cada vez mais recluso, mais fechado, mais e mais medroso. Medo de me machucar? Não, não é isso, mas é medo, medo de me abrir de novo e bem, todos os filmes se repetem. Entendo que sou dificil pra caralho de se lidar, me tornei distante e um pouco frio, ao mesmo tempo que quero carinho, quando estou perto disso me escondo e não me permito.
 Sempre encontro motivos pra não acontecer, e fico confortavel em acreditar nesses motivos.
 Ando descontete, triste e cada disfarçando melhor aquilo que não quero desmonstrar. Talvez um dia eu volte a viver por dentro, mas talvez eu acho que não será por agora.

domingo, 14 de janeiro de 2024

Invisível

Me sinto invisível, simplesmente não existo.
E se simplesmente eu não existisse nunca mais?